Há muito pouca literatura sobre síndrome de Down e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Uma das razões é que o pediatra, ou psiquiatra infantil, vai relutar em fazer esse diagnóstico quando a criança já tem uma deficiência de desenvolvimento. Além disso, o peso dos sintomas pode ser exagerado por um avaliador que não leve em consideração o nível de atraso de desenvolvimento da criança.
Mas, apesar disso, existem crianças com síndrome de Down que sofrem de TDAH e podem se beneficiar se o diagnóstico for feito e elas receberem o tratamento adequado. Na minha experiência, crianças com síndrome de Down que sofrem de TDAH podem desenvolver um comportamento difícil e, às vezes, agressivo, difícil de administrar em casa e na escola. Portanto, deve-se considerar esse diagnóstico no caso de uma criança particularmente difícil.
O que é TDAH?
Existem três grupos de sintomas do transtorno normalmente descritos nas crianças em desenvolvimento:
1. Problemas de concentração ou para prestar atenção (déficit de atenção)
2. Ser muito ativo (hiperatividade)
3. Agir antes de pensar (ser impulsivo)
O diagnóstico pode ser feito por um psiquiatra com base em critérios já estabelecidos de descrição dos comportamentos. Não há exame de sangue ou qualquer maneira objetiva de determinar que uma criança tem TDAH. Acredita-se, no entanto, que o transtorno seja bastante comum e estima-se que entre 3% e 8% das crianças do Reino Unido e dos Estados Unidos podem ter TDAH. Estima-se que o transtorno afete os meninos três vezes mais do que as meninas e alguns estudos indicam que pode haver um componente genético no TDAH.
Três tipos de transtorno são considerados: de desatenção, onde a atenção e o cumprimento das tarefas é o maior problema; o tipo hiperativo-impulsivo, em que a criança é muito ativa e muitas vezes age sem pensar; e o tipo combinado, onde a criança é desatenta, hiperativa e impulsiva.
É mais difícil fazer um diagnóstico correto do TDAH em crianças com alguma deficiência. Em uma criança típica, é avialiado se a criança apresenta comportamento mais desatento, impulsivo ou hiperativo do que outras crianças da sua idade. Em uma criança com síndrome de Down, é preciso levar em conta o atraso no desenvolvimento, na fala e linguagem.
Existe tratamento eficiente?
Há dois principais modos de tratar o transtorno, administrando o comportamento da criança e usando remédios. A estratégia de administrar o comportamento inclui elogiar o “bom” comportamento quando a criança presta atenção, fica parada, usando apoio visual e agendas visuais sempre que possível, ajudando a criança a planejar e antecipando as demandas. Essas estratégias podem soar familiares a pais de crianças com síndrome de Down e seus professores. Entre os remédios que podem ser receitados estão a Ritalina e a Dexedrina, entre outros.
Normalmente são usados os dois tratamentos e, segundo alguns pais, o remédio ajuda a acalmar a criança para que ela possa prestar atenção e se beneficiar dos programas de comportamento e educação.
Como pode ser difícil para um médico ter certeza de que a criança sofre do transtorno, é possível testar um remédio para se chegar ao diagnóstico. Não necessariamente o remédio precisa ser tomado por um longo período de tempo e ele pode ser suspenso se não trouxer nenhum benefício ou se aparecerem efeitos colaterais.
(Fonte: Down Syndrome Education Online – autora: Sue Buckley)