No Dia dos Pais, o Movimento Down quer homenagear todos os pais que têm filhos com síndrome de Down. Para isso, vamos mostrar a história de uma família já bem conhecida aqui no nosso portal, a família do Logan. Todas as sextas-feiras, as tirinhas “A vida com Logan” produzidas pelo Flávio Soares, nos mostram um pouquinho da rotina, dos aprendizados e brincadeiras do menino. A ideia do desenhista é contar de uma forma bem-humorada o dia a dia de Logan, uma criança com síndrome de Down.
Como muitos pais, Flávio só descobriu que o filho tinha síndrome de Down depois do parto, o que foi um grande choque. Ele e a esposa não estavam preparados para esta possibilidade e tomaram um susto ao ouvir da pediatra: “me desculpe se eu estiver enganada, mas acho que seu filho nasceu com síndrome de Down”.
Na época, conta o desenhista, nenhum familiar ou amigo tinha passado por uma situação semelhante. As ferramentas de busca na internet, ainda sem muitos conteúdos disponíveis, não foram muito esclarecedoras. Felizmente, a chefe de enfermagem do andar, que teve um irmão com síndrome de Down, deu muitos esclarecimentos e tranquilizou a família. No entanto, as orientações não evitaram que Flávio sentisse uma rejeição inicial em relação ao filho. Hoje, ele sente vergonha deste período de luto, mas tem consciência de que o período foi um passo importante para o seu aprendizado.
Com o tempo, a família conseguiu mais informações sobre como lidar com a situação e conheceu pessoas como a pediatra Flávia Navarro, que conseguiu acalmar os pais de primeira viagem. Atualmente, Flávio tenta desempenhar este papel quando encontra pais que estão tão desorientados e assustados como ele já esteve. “Tento ajudar, conversar, explicar e fazê-los entender que, no final, tudo dá certo, tudo se “encaixa” e segue seu curso natural”, explica.
O cartunista, que sempre tentou ficar o máximo possível com o filho, enfrentou um desafio comum a muitos pais após o fim de seu casamento com a mãe de Logan. “A partir daí, meu tempo com ele se tornou mais curto. Precisei aprender a fazer valer o ‘pouco’ tempo que ele fica comigo.”, conta. Entre as atividades preferidas de pai e filho, estão cozinhar e passear em parques, praças ou zoológicos.“É um hábito que mantemos. Frequentemente vamos brincar em alguma praça próxima de casa com Camila, minha atual esposa, e Max, meu filho mais novo.
Flávio diz que não vê diferenças entre criar um filho com síndrome de Down e outro não. “Criar um filho, no meu entender, não é apostar corrida. Max está fazendo, com 2 anos e meio, coisas que Logan levou 3 ou 4 anos para fazer? Sim, está. Mas este não é o ponto. Educar, pelo que vi até hoje, é repetir, ensinar, perseverar, insistir, repreender, explicar, mostrar, exemplificar, cuidar, proteger e dar amor. Para tudo isso, a síndrome não importa. Não faz diferença. Para mim, as mesmas coisas que fiz para educar um são usadas para educar o outro, sem diferenças. Não vi, até hoje, nenhum motivo real para acreditar, realmente, que educar um filho com síndrome de Down é diferente de educar um filho regular”.
Parabéns ao Flávio e a todos os pais nesse dia tão especial!
Você pode conferir as tirinhas da série “A Vida com Logan” todas as sextas-feiras aqui no portal do Movimento Down ou na nossa página no Facebook. Vale a pena também conhecer o site A vida com Logan, onde Flávio disponibiliza as tirinhas e muitos outros conteúdos relacionados.