Problemas de visão em pessoas com síndrome de Down

As crianças com síndrome de Down têm maior tendência a apresentar problemas de visão do que as outras. Estima-se que até 50% das crianças tenham dificuldade para ver de longe, e outras 20% para ver de perto. Algumas crianças têm os canais lacrimais obstruídos. Muitas das crianças têm estrabismo (são vesgas), inflamações das margens das pálpebras (blefarite) e, às vezes, movimento rápido dos olhos (nistagmo).

Na tirinha abaixo, da série A vida com Logan, o cartunista Flávio Soares mostra como a família percebeu sobre a necessidade do filho Logan, que tem síndrome de Down, usar óculos.

A vida com Logan – tira 172

 

Catarata congênita – Cerca de 3% dos bebês com síndrome de Down têm cataratas congênitas. Como as opacificações da catarata não permitem que a luz chegue até o fundo do olho (retina), é importante identificar a condição o mais rápido possível. Se a catarata não for removida logo após o nascimento, a criança pode ficar cega. A remoção, geralmente, se dá por uma cirurgia simples e é feita por um oftamologista pediátrico. Depois da operação, é preciso usar óculos para a correção apropriada, o que vai garantir que a criança mantenha uma visão adequada.

Todas essas condições são conhecidas como “erros de refração” e distorcem a imagem que chega até a retina – a superfície sensível à luz que fica no fundo do olho. É provável que elas desenvolvam o foco e ganhem percepção de profundidade e visão nítida mais lentamente do que outras crianças. As pesquisas neste campo são contínuas e o uso de lentes bifocais parece beneficiar as crianças com trissomia.

Como as crianças com síndrome de Down aprendem mais facilmente com informações visuais, qualquer problema de visão pode ter um grande impacto no desenvolvimento. Seu filho deve fazer um exame de vista pelo menos uma vez por ano, durante a infância, e o mais rapidamente possível, se seu comportamento demonstrar que a visão dele está ficando pior.

Muitos desses problemas podem ser corrigidos com o uso de óculos. Se for o caso de seu filho, tome cuidado para que os óculos “vistam” bem em seu rosto, principalmente sobre o nariz e atrás das orelhas. Existem armações desenhadas especialmente para quem tem síndrome de Down. A Specs 4 Us http://www.specs4us.com/ tem revenda no Brasil.

No início, seu filho pode se recusar a usar os óculos. Em alguns casos, amarrar um elástico nas hastes, passando por trás da cabeça, pode ajudar, para que os óculos não saiam do lugar. Manter os óculos sempre limpos (pedindo a ajuda da professora ou do cuidador para isso) ajuda a criança a perceber como o mundo ao redor fica mais nítido quando ela os usa. Alguns pais recomendam ter sempre um par de óculos extras para o caso de perder ou se quebrar.

Além das cataratas congênitas, muitas pessoas com síndrome de Down podem desenvolver cataratas na vida adulta. A distrofia da córnea (ceratocone) ocorre em aproximadamente 2% a 7% dos indivíduos com trissomia 21.

(Fontes: Down Syndrome Association UK e Síndrome de Down – um guia para pais e educadores – organizador; Siegfried Pueschel)