Passado e presente de Lucio Piantino, artista plástico brasiliense com síndrome de Down, são explorados no documentário De arteiro a artista. Neste mês, o filme foi selecionado para o 5º Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência — Assim Vivemos. Com 24 obras ao todo, a mostra será exibida em Brasília de 3 a 15 de setembro, após passar pelo Rio de Janeiro e antes de seguir para São Paulo. Rodado ao longo de 2012, o filme sobre Lucio será inscrito no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Desde a infância, Lucio teve cada progresso registrado, em fotos e vídeos, pela mãe, a também artista plástica Lurdes Danezy Piantino. “Eu queria provar, nem sei para quem, que os prognósticos estavam errados”, recorda ela, sobre sua reação à opinião de médicos sobre a síndrome. “Existe um mito de que as pessoas com deficiência estão condenadas a um atraso de desenvolvimento”, pontua. Em contraste, Lucio — além de filho, neto de artistas plásticos — brincou com tinta e papel ainda aos 11 meses, conforme a mãe.
Lurdes contava com a seleção do curta sobre Lucio, mais novo de três filhos, no Assim Vivemos. “Para mim, não foi surpresa. Primeiro, porque o filme é bom”, conta. Atender aos critérios do festival, diz ela, reforçava a expectativa. “Eu sempre quis fazer um filme. Depois desse, vamos partir para um longa”, adianta. Anotações dela, também referentes ao filho, já foram base para Cadê a síndrome de Down que estava aqui? O gato comeu, livro de Elizabeth Tunes, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB).
Fonte: Correio Braziliense