Esforço e determinação para conquistar os sonhos. Foi assim que o espanhol Pablo Pineda se tornou a primeira pessoa com síndrome de Down da Europa a conquistar o diploma universitário. Pablo, que tem 39 anos, lançou este ano o livro ‘El reto de Aprender’ (San Pablo Comunicación, 2013 – O desafio da aprendizagem, em tradução livre). O pedagogo divide seu tempo entre o comando de um programa na TV espanhola e a apresentação de palestras em todo o mundo .
Pineda é defensor dos direitos humanos e luta em prol das pessoas com deficiência. Ele trabalha como porta-voz na Fundação Adecco e viaja fazendo palestras e apresentações para pais e educadores. Frequentemente convidado a dar entrevistas, é a primeira pessoa com síndrome de Down a apresentar seu próprio programa de televisão, ‘Piensa en Positivo’ (Pense Positivo, em tradução livre), que promove a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
O pedagogo aconselha os pais e educadores a incentivar a independência em indivíduos com síndrome de Down e defende que essas crianças aprendem melhor por meio de encorajamento constante. Pineda também defende que os pais tenham fé nas habilidades de seus filhos e não os superprotejam, deixando que aprendam com seus erros.
“A aprendizagem é um processo. Não é um objetivo. É importante educar seus filhos, não cuidar deles. Cuidar deles cria uma dependência. Quando você educa, gera independência, e as crianças podem adquirir suas próprias opiniões e ideias. O aprendizado começa a partir de casa”, defende Pablo.
O espanhol também é ator e em 2009 ganhou a Concha de Prata de melhor ator por seu trabalho no filme ‘Yo tambien’ (Eu também, em tradução livre) no San Sebastian International Film Festival, na Espanha. Em 2011, ele lançou uma campanha chamada “¡Si, podemos! ” (Sim , nós podemos!, em tradução livre) para promover a integração das pessoas com deficiência no mercado de trabalho .
Pineda explica que seus pais desafiaram suas habilidades e nunca o trataram como se não fosse capaz de alcançar seus sonhos. “Devo tudo aos meus pais, que foram fundamentais para o meu sucesso, pois há anos eles decidiram que eu seria como o resto dos meus irmãos. Foi assim que tudo começou. Frequentei as mesmas escolas (que meus irmãos), e eles não esperavam que eu chegasse à universidade, mas fizeram de tudo para que eu estivesse sempre em contato com as pessoas”, contou o pedagogo em entrevista à BBC Mundo.