- a promoção dos direitos sexuais e reprodutivos;
- a proteção contra a violência e o abuso sexual;
- a proteção contra tratamentos experimentais, desumanos ou degradantes.
As pessoas autistas fazem as seguintes recomendações, para família, para os governantes, para as próprias pessoas autistas e para sociedade:
Para familiares:
- Conversem sobre o assunto sem metáforas e naturalmente;
- Ponham-se no lugar dos seus filhos, avaliem o que estão fazendo e suas consequências;
- Falem claramente, mostrar que há diferentes orientações sexuais não cria homossexuais;
- Crie um ambiente sem repressões para permitir a liberdade de expressão;
- Promova a socialização de seus filhos para que possam conhecer outras pessoas e vivenciar novas experiências;
- Seus filhos têm direito à sexualidade, a conservar sua fertilidade e a constituir sua própria família;
- Devem desmistificar os estigmas sobre esse assunto com diálogos claros e sinceros;
- O que é natural acaba acontecendo, aceitar é o melhor caminho.
Para os políticos:
- As leis devem ser claras e as escolas devem falar sobre o assunto;
- Ouçam-nos;
- Tirar direitos das pessoas tentando protegê-las é inaceitável;
- Não aceitamos retrocesso nas leis que nos dão autonomia de decisão.
Para as pessoas autistas:
- Conheça-se e seja você mesmo;
- Conheça o outro e respeite-o;
- O que te deixa mais confortável? Não tenha medo de mudar ou de ser quem você é;
Relacionar-se pode ser difícil, mas vale a pena tentar. A sexualidade é natural a qualquer ser humano, autistas são seres humanos também; - Não seja um rótulo, pense por si mesmo, avalie o que é certo fazer e faça.
Para sociedade:
- Nós, pessoas autistas, somos homens, mulheres, meninos, meninas, pessoas de todas as idades, de todas as cores, que se expressam e vivem de muitas formas diferentes. Estamos em toda parte. Não somos anjos, somos gente! Gente que ama, que sonha e que vive. Somos cidadãos e temos direito ao nosso próprio corpo!
Promover o protagonismo das pessoas autistas dentro das discussões é fundamental, assim como envolver as famílias, gestores de políticas públicas e a mídia formadora de opinião na conscientização sobre os direitos relacionados ao próprio corpo.
É preciso reconhecer que pessoas autistas têm direito a uma vida digna, a conservar sua integridade física e a tomar as próprias decisões, mesmo que com apoio. Deve-lhes ser permitido preservar sua identidade, exercer sua sexualidade e seus direitos sexuais e reprodutivos, com acesso à orientação e serviços de apoio inclusivos como suporte para um desenvolvimento saudável. É preciso superar as barreiras da invisibilidade, da violência, da segregação e do preconceito e reconhecer as pessoas autistas como cidadãos plenos e que têm o direito ao seu próprio corpo