Por Fernando Heiderich*
A rotina e o corre-corre do dia a dia podem nos impedir de ver algumas coisas.
Mesmo as mais óbvias e aparentes.
O olhar para o outro, para o próximo, também pode ficar para depois…
Você já se perguntou o que tem a ver com isso?
Provavelmente poucos respondem sim a essa pergunta pois uma das barreiras da inclusão se deve
ao fato da deficiência não ter visibilidade.
Não aparece. A maioria quase não a vê.
As razões são várias e vão desde o fato de que algumas famílias evitam expor os seus, algumas
PcD (Pessoas com Deficiência) não conseguem acessibilidade a lugares onde você frequenta,
políticas públicas insuficientes e por aí vai. E também inclui a indiferença.
JÁ SE VIU INDIFERENTE A ALGUMA PESSOA?
Indiferença é sinônimo de: apatia, displicência, insensibilidade, impassibilidade,
frieza, desprezo, desinteresse, desapego, desamor, inércia, abnegação, desleixo.
A diversidade tem várias facetas. Hoje vou me debruçar sobre a das PcD e as duas opções que
temos diante disso: de sermos indiferentes ou de sermos protagonistas da inclusão.
Aqui não tem “meio termo”. Ou é um ou outro. “Ahhh, mas eu respeito as PcD…” sim mas se
não faz nada para que o ambiente seja inclusivo a ela, você ficou indiferente! Não é mesmo?
Seja lá por que motivo for, se você ainda não percebeu que tem sim a ver com isso, quero
provocar sua reflexão com relação a dois pontos.
Um deles é o da estatística. Você sabia que, segundo a ONU, 1 em cada 7 pessoas tem algum
tipo de deficiência? Sim isso mesmo! Se você olhar melhor poderá ver alguém no seu entorno.
Abra o seu olho que dá para ver!
Um outro aspecto é o de que todos somos candidatos a sermos pessoas com deficiência. Sim,
isso mesmo! Se tivermos o privilégio de envelhecer…provavelmente teremos alguma deficiência,
seja sensorial, motora ou intelectual.
Que bom se até lá o seu entorno for mais inclusivo, não é mesmo? Pois é.…então faça sua parte!
Como ajudar?
Seja um protagonista da inclusão. É fácil e dá um prazer enorme!
Por exemplo, procure alguma PcD e faça dela sua amiga. Saia com ela 2-3 x por mês para um
chopinho, um passeio, uma cavalgada, um cinema, uma balada ou jantar, etc.
Isso irá mudar a vida dela de forma muito positiva e, acredite, a sua também.
Eu faço isso há alguns anos com pessoas com deficiência intelectual. Ganhei amigos, me divirto,
aprendi e ainda aprendo muito e sinto um enorme prazer cada vez que saímos juntos.
Não custa nada e eu é que mais ganho!
Pode ir além? Inclua uma ou mais PcD no seu negócio! Elas vão agregar valor e aumentar a
eficiência operacional na sua empresa.
E novamente… você é quem mais ganha!
* Fernando Heiderich é médico veterinário e diretor sênior do Instituto Meta Social, onde é
membro ativo desde sua fundação, em 1993. Trabalhou mais de 30 anos na indústria de saúde
animal e renunciou de seu último cargo como vice-presidente de Marketing Global da Merck
AH no final de 2014 para se dedicar a ajudar na inclusão de pessoas com deficiência.
Publicada originalmente na Revista Feed&Food