O Emprego Apoiado é uma metodologia que visa à inclusão no mercado competitivo de trabalho de pessoas em situação de deficiência mais significativa. A modalidade respeita e reconhece suas escolhas, interesses, pontos fortes e necessidades de apoio.
O usuário do Emprego Apoiado deve ter à sua disposição, sempre que precisar, os apoios necessários para conseguir obter, manter e se desenvolver no trabalho.
Pessoas com deficiência intelectual, deficiência múltipla, autismo, paralisia cerebral, deficiência psicossocial, são os grupos mais atendidos pelo emprego apoiado.
FASES
O Emprego Apoiado é composto de três fases:
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Perfil Vocacional – descoberta dos pontos fortes, interesses e necessidades de apoio da pessoa, a partir de uma avaliação ecológica-funcional, de preferência realizado na comunidade. Essa avaliação consiste de entrevistas com o usuário, seus familiares e outras pessoas que o conheçam e de observações em lugares freqüentados por ele.
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Desenvolvimento de Emprego – pesquisa e marketing com empresas para descobrir um emprego que combine com o perfil vocacional. Pode ser também o desenvolvimento de um trabalho por conta própria. Para se verificar a compatibilidade entre o perfil da pessoa com o perfil da vaga é feita uma análise da função. Essa análise leva em conta a cultura da empresa, a disponibilidade de apoios naturais e as exigências para executar a função. Faz-se uma negociação com o empregador para fazer as acomodações e adaptações necessárias. Esse processo pode resultar na criação de uma vaga customizada ou de uma vaga já existente que atenda ao mesmo tempo as necessidades do usuário do Emprego Apoiado e da empresa. Acontecendo a contratação, é feita uma análise pormenorizada das tarefas para a elaboração de um plano individual de treinamento e inclusão social.
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Acompanhamento pós-colocação – Acompanha-se o treinamento e a inclusão social do usuário do Emprego Apoiado na empresa para verificar se as estratégias e os apoios naturais estão funcionando. Quando se considera que tanto o usuário quanto a empresa já estão prontos, tem início o acompanhamento contínuo. Esse acompanhamento é feito à distância e tem por objetivo garantir a qualidade da inclusão, intervir em situações mais desafiadoras e auxiliar no desenvolvimento de carreira dos clientes. O acompanhamento contínuo é um dos componentes mais importantes para garantir a retenção do trabalho pela pessoa com incapacidade mais significativa.
QUEM EXECUTA O EMPREGO APOIADO?
O profissional responsável por acompanhar o usuário nessas três fases é o consultor em Emprego Apoiado. No início do Emprego Apoiado, o consultor era denominado de preparador laboral, pois ele era o único responsável pelo treinamento inicial do cliente, permanecendo junto ao cliente na empresa para depois ir se afastando gradualmente até que a empresa assumisse o controle do processo.
Atualmente, o consultor é visto como um mediador que, desde o início do processo, tende a utilizar os apoios naturais já disponíveis na empresa para desenvolver as estratégias de treinamento e inclusão planejadas na primeira fase do Emprego Apoiado.
Ele tem de ser um bom mediador, saber trabalhar com a comunidade, dominar técnicas de treinamento para pessoas em situação de incapacidade mais significativa, além de ter conhecimentos sobre o mercado de trabalho e o funcionamento das empresas, já que elas também serão suas clientes. Não existe um consenso sobre qual formação o consultor deve ter. Nos países onde existe o Emprego Apoiado, alguns consultores têm ensino médio e outros têm curso superior (psicologia, terapia ocupacional, administração, pedagogia, sociologia etc.).
DADOS
– Site & dados do n-TIDE USA (researchondisability.org) para uma referência fora do Brasil. Mais de 30% de pessoas com deficiência de 16-64 anos está empregada nos EUA.
No Brasil, dados do IPEA aponta 420 mil pessoas com deficiência empregadas, de um universo de 46 milhões de pessoas com deficiência, portanto menos de 1%.
E mesmo considerando que outros 300 mil estão são autônomos, não chega a 2%.
E que no Brasil existe Lei de Cotas e nos Estados Unidos, não.
BOAS PRÁTICAS NO BRASIL
Projeto PET de formação de auxiliar de Pet Shop
https://www.metasocial.org.br/pet-projeto
Beleza em Todas as Formas – auxiliar de cabelereiro
https://www.facebook.com/belezaformas/
PSAI – Programa SENAI de Ações Inclusivas, referência no Brasil e no mundo na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho por meio de cursos técnicos inclusivos:
O SENAI promove acessibilidade em todo o processo educacional: grade curricular, processos de avaliação e certificação a ser recebida.
Diversos cursos já possuem diretrizes de adequações elaboradas e material didático adequado para pessoas com deficiências visual, auditiva, intelectual, física e outras.
No entanto, quando uma pessoa com deficiência deseja fazer um curso que ainda não tem plano de adequação, equipes técnicas e pedagógicas são mobilizadas para atender às necessidades daquele aluno.
O SENAI também trabalha para sensibilizar indústrias parceiras de que a contratação de pessoas com deficiência beneficia a todos.
http://www.portaldaindustria.com.br/senai/canais/educacao-profissional/acoes-inclusivas/
Programa Envolver da Marcopolo: indústria
Empresa que fabrica ônibus, máquinas e emprega pessoas com deficiência intelectual, síndrome de Down, autistas.
Mais informações? Entre em contato com a ANEA Brasil – Associação Nacional de Emprego Apoiado.
Anea – Associação Nacional do Emprego Apoiado
Rua Barão de Santa Branca, 170. CEP 04611-010
São Paulo – SP – Brasil