Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Fisiologia da Universidade de Bolonha, na Itália, reforçou as chances de que o tratamento com uma droga chamada fluoxetina melhore as funções no cérebro de pessoas com síndrome de Down e, possivelmente, com atraso intelectual.
A síndrome de Down é uma ocorrência genética caracterizada pela hipotrofia cerebral (diminuição no peso e no volume do cérebro) e disfunção cognitiva.
Embora o comprometimento da neurogênese (geração de neurônios) seja um importante determinante da deficiência intelectual, uma patologia dos dendritos (prolongamento dos neurônios que recebem estímulos nervosos) parece ser um fator igualmente importante para o quadro.
Um estudo anterior mostrou que a fluoxetina, um inibidor seletivo de recaptação da serotonina, restaurou totalmente a neurogênese em um rato com síndrome de Down.
No estudo publicado no último dia 23, o objetivo era determinar se a fluoxetina também restauraria o desenvolvimento dendrítico.
Em ratinhos com idade de 45 dias tratados com fluoxetina, foram examinados os ramos dendríticos das células granulares do giro dentado (DG). As células granulares de camundongos com síndrome de Down tinham ramos dendríticos severamente hipotróficos (atrofiados), menos espinhas e enervação reduzida em relação aos ratos euplóides (sem SD).
O tratamento com fluoxetina restaurou totalmente todos esses comprometimentos. Em alguns ratos, foram encontrados níveis reduzidos de serotonina, também restaurados pelo tratamento.
Os resultados mostram que a fluoxetina é capaz de restaurar não só o número de neurônios granulares, mas também a sua “qualidade”, em termos de maturação correta e conectividade. O estudo completo, em inglês, esta disponível neste link.
Nota: Fluoxetina é o nome genérico do Prozac, medicamento comumente usado para depressao. O Movimento Down ressalta que o estudo foi feito apenas em ratos e ainda nao ficou comprovada a eficácia e a segurança do medicamento em pessoas com síndrome de Down.